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REPORTAGENS SOBRE O TEMA


Catadores dominam cadeia produtiva dos recicláveis e se tornam proprietários de indústria. Por Fundação Banco do Brasil

Um novo capítulo dos movimentos sociais começa a ser escrito em Belo Horizonte, no dia (5/9), com a inauguração de uma fábrica de reciclagem de plástico. Batizado Unidade Industrial Rede de Economia Solidária, o empreendimento é o primeiro do gênero, em toda a América Latina, de propriedade de catadores de recicláveis organizados em cooperativas. A unidade será gerenciada pela Rede de Economia Solidária, formada pela Associação dos Catadores de Papel, Papelão e Material Reaproveitável de Belo Horizonte (Asmare) e pelas organizações Igarapé, Pará de Minas, Contagem, Nova Lima, Betim, Brumadinho e Itaúna, todas da região metropolitana de BH. O investimento social de R$ 4 milhões é resultado da parceria entre a Fundação Banco do Brasil, Ministério do Trabalho e Emprego, Brasilprev, Petrobras e Prefeitura Municipal de Belo Horizonte.

A unidade industrial possibilitará que o material reciclável, antes prensado em fardos para venda a intermediários, seja agora triturado ou transformado em pellets (composto de plástico com alumínio granulado usado nas indústrias), para, em seguida, ser negociado diretamente com as fábricas transformadoras. O quilo do plástico tipo PET, por exemplo, que sem beneficiamento é vendido por R$ 0,42, pode chegar a R$ 1,62, depois de beneficiado. A capacidade de processamento da unidade é de cerca de 3 mil de toneladas de plástico por ano. A expectativa é proporcionar um aumento de, aproximadamente, 26% na renda média mensal dos 550 catadores envolvidos no programa. Atualmente, o ganho mensal deles varia entre R$ 260 a R$ 600, de acordo com a produção individual de cada um e do sistema de coleta seletiva da cidade onde trabalha. "Com a fábrica, as organizações dos catadores que eram obrigadas a vender todo o material a preços muito baixos poderão negociar melhor os produtos", diz o presidente da Fundação Banco do Brasil, Jacques Pena. -Essa é uma grande conquista da economia solidária.'Outra forma de geração de renda do projeto é a criação de 60 empregos voltados ao funcionamento da unidade. O projeto trará mais um benefício para os moradores das oito cidades envolvidas: a redução da poluição de rios e córregos. 'Não podemos quantificar ainda esse dado, mas já sabemos que será reduzida a disposição inadequada de materiais plásticos em aterros não controlados", afirma Pena. Não é por acaso que Belo Horizonte sediará a primeira unidade industrial de reciclagem da América Latina de propriedade dos próprios catadores. A cidade já é conhecida por um dos mais bem-sucedidos programas de reciclagem do País, desenvolvido pela Associação dos Catadores de Papel, Papelão e Material Reaproveitável de Belo Horizonte (Asmare).

Ver reportagem completa:


BNDES apoiará projetos de coleta seletiva e reciclagem COPA 2014

RIO DE JANEIRO - O BNDES quer aproveitar a oportunidade representada pela Copa do Mundo de 2014 para estimular projetos de coleta seletiva de lixo com inclusão social de catadores de materiais recicláveis. Para isso, o Banco iniciou entendimentos com os ministérios do Esporte e do Meio Ambiente, com os estados e municípios sedes do torneio e com o Movimento Nacional de Catadores de Materiais Recicláveis. Representantes de cada uma dessas entidades se reuniram na sede do BNDES nesta quinta-feira (30) em oficina de trabalho que começou a mapear oportunidades nesse sentido.

A iniciativa foi uma das ações da Agenda de Meio Ambiente e Sustentabilidade para a Copa do Mundo de 2014, que está sendo elaborada pelo Ministério do Esporte. Além de utilizar recursos do seu Fundo Social para cooperativas de catadores, o BNDES pode também realizar empréstimos a prefeituras e estados, para elaboração de projetos, e financiar eventuais concessionários de serviços de coleta e destinação de resíduos sólidos. “Pretendemos criar linhas de financiamento com condições especiais para apoiar os municípios nas obrigações da nova lei”, afirmou o diretor da Área de Inclusão Social do Banco, Elvio Gaspar.

Os municípios são os responsáveis legais pela política de resíduos sólidos e têm uma série de obrigações a cumprir, de acordo com a lei 12.305/2010, sancionada em agosto. Entre as obrigações, está a elaboração de um plano de gestão integrada de resíduos sólidos num prazo de dois anos e a eliminação por completo dos lixões até 2014.

Para auxiliá-los nesse esforço e ao mesmo tempo prover capilaridade à sua atuação, o BNDES estimulará as prefeituras a apresentar projetos globais, que envolvam a coleta seletiva de todo o território municipal e que contemplem todas as cooperativas de catadores do município (em vez de apoiar projetos isolados).

A iniciativa terá inicio pelas cidades-sede, mas o objetivo é que a experiência seja replicada, posteriormente, em outros municípios de grande e médio porte. “Focamos nas cidades da Copa porque o evento tem o poder de organizar as prioridades das cidades e dos estados e acelera o processo de decisão”, avaliou Gaspar.




Lei da Política Nacional de Saneamento

A Política Nacional de Saneamento lei n º11.445 de 2007 permite a contratação direta por parte das Prefeituras Municipais de Cooperativas de Catadores para realizar serviços de Coleta Seletiva. A Política Nacional de Saneamento altera a Lei Nº 8.666, de 1993, de licitações e contratos da Administração Pública, dispensando a licitação Art. 24. É dispensável a licitação:

XXVII - na contratação da coleta, processamento e comercialização de resíduos sólidos urbanos recicláveis ou reutilizáveis, em áreas com sistema de coleta seletiva de lixo, efetuados por associações ou cooperativas formadas exclusivamente por pessoas físicas de baixa renda reconhecidas pelo poder público como catadores de materiais recicláveis, com o uso de equipamentos compatíveis com as normas técnicas, ambientais e de saúde pública.


O drama do descartável

Toda vez que alguém descarta o copinho,a fralda, a embalagem, isso vai ser enterrado em algum lugar. Os lixões e aterros sanitários estão transbordando. O descartável - literalmente - não cabe mais neste planeta.

Vidro
Papel
Plástico
Não-reciclado: O tempo que leva para desintegrar 10 mil anos 4 semanas 450 anos
Reiclado: O que se economiza economia de areia e energia economia de árvores e energia economia de petróleo e energia

Alumínio
Lata

Não-reciclado: O tempo que leva para desintegrar 500 anos 100 anos 
Reciclado: O que se economiza economia de minério e energia economia de minério e energia

         Baterias de celular, lap-top, relógio e pilhas em geral -as chamadas baterias alcalinas -são altamente tóxicas, e um perigo quando jogadas no lixo. Este ano o Conselho Nacional do Meio Ambiente aprovou uma resolução que responsabiliza os fabricantes pelo destino final desses produtos, que podem ser reciclados. Os fabricantes têm um ano para se adequar à norma. "O invólucro das baterias vira sacos plásticos e similares, e as partes internas são usadas na fabricação de corantes", explica Fátima Santos, gerente da Suzaquim, única empresa que faz essa reciclagem hoje no Brasil.

 
Do lixo à luz
Em Madri, capital da Espanha, 50 mil pessoas recebem energia elétrica gerada a partir da reciclagem do lixo. Na Universidade de São Paulo, o projeto USP Recicla ensina a fazer a "compostagem", receita que junta restos a um pouco de terra do jardim, vaso ou floreira, e que com cuidados simples leva à formação de adubo.

Fonte: http://www.revistaecologico.com.br/materia.php?materia=MTk=


Ver mais em : www.cidades.gov.br



Reciclar é muito simples

Catador da Nova Era

Marcelo de Jesus Macario gosta de música, skate e matemática. Tinha 15 anos quando começou a catar papel. Órfão de mãe, o pai no interior de São Paulo, Marcelo cresceu na casa das tias e chegou a morar (e adoecer) nas ruas da capital, por oito meses. A entrada na Cooperativa dos Catadores de Papel (Coopamare) mudou sua vida. Depois de "puxar o carroção" por três anos, foi eleito o novo "balanceiro" da cooperativa: pesa todo o lixo reciclável e diz que, com o trabalho, "ganhou um futuro".
             Quando entendeu o que o lixo tem a ver com a vida de todo mundo, Marcelo passou a explicar: "Participo das palestras nas escolas e às vezes viajo, contando s como é nosso trabalho aqui". Seu sonho é ser técnico da Coopamare, ajudar a implantar novas cooperativas e acabar com o preconceito contra os catadores. "Os próprios carroceiros têm vergonha do trabalho, e há também o problema do alcoolismo, muitos são moradores de rua." Com 18 anos, carteira assinada e salário de R$ 300, Marcelo alugou uma casa para morar com um amigo e ajuda a tia a criar os três irmãos menores. Este ano, ele começou um curso de computação (através de um convênio da Coopamare) e colocou brincos. No ano que vem, cata mais um sonho e volta de vez para a escola.

Reciclagem dá lucro
                A reciclagem do lixo ensina as pessoas a refletirem sobre o valor daquilo que jogam fora e proporciona ganhos econômicos e sociais", diz André Vilhena, diretor-executivo do Compromisso Empresarial para Reciclagem (CEMPRE). Essa entidade, formada por empresas de diversos setores, como embalagens, carros e papel, visa promover o correto gerenciamento do lixo, o que inclui diminuir a quantidade de resíduos, estimular a coleta seletiva e a reciclagem. 
              O site do Cempre traz informações gerais sobre reciclagem e o cadastro de mais de 500 cooperativas, sucateiros e recicladores em todo o país, localizáveis por material (alumínio, papel, pneu...) e Estado. As empresas hoje começam a se mobilizar para o problema do lixo, interessadas em obter o ISO 14.001, certificado internacional dado às empresas que atuam de acordo com as normas ambientais. Hoje 130 empresas brasileiras têm esse certificado, mas estima-se que até o ano que vem esse número chegue a 500. Sem ele é difícil competir no exterior, onde os consumidores exigem responsabilidade ambiental dos empresários. www.cempre.org.br

Coleta sem segredo
            Quem não quer esperar pelas decisões dos governos municipais, estaduais e federal pode começar a se organizar para limpar agora o seu lixo. É possível montar um programa de coleta seletiva em condomínios, escolas, empresas. A estrutura é composta de três fases: coleta, estocagem e venda (ou doação):
 • mobilizar o maior número possível de participantes 
• definir os tipos de materiais recicláveis a serem coletados e espalhar contêineres apropriados para cada material. As cores normalmente utilizadas são: azul para papel e papelão; vermelho para plásticos; amarelo para metais e verde para vidros 
• estabelecer um local de estocagem
• definir como será feita a venda/ doação do que foi coletado





Um comentário:

  1. Com as reportagens acima percebemos que a Reciclagem é uma alternativa para amenizar o problema, porém, é necessário o engajamento da população para realizar esta ação. O primeiro passo é perceber que o lixo é fonte de riqueza e que para ser reciclado deve ser separado. Ele pode ser separado de diversas maneiras e a mais simples é separar o lixo orgânico do inorgânico (lixo molhado/ lixo seco). Esta é uma ação simples e de grande valor. Os catadores de lixo, o meio ambiente e as futuras gerações agradecem.

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